Da entrevista que o polímata Terezo Bornay concedeu ao hebdomadário Insophismavel Ephemeride, essa madrugada em seu Big Chalet em Pedrinhas Paulista. Demais, histórica, galvãobuenante.
Entrevistador: - Bem amigos, estamos aqui em Pedrinhas Paulista, num aconchegante Chalet, ao lado de uma verdadeira lenda viva, ele dispensa apresentações, basta dizer seu nome, estamos falando dele, o inenarrável Terezo Bornay. Bem Terezo, eu gostaria de começar (interrupção)..."
Terezo: - Pára de falar "Bem", caralho, isso me irrita. Sem falar "bem", ok? (risos) (risos) (muitos risos)
- Tudo bem, opts, tudo ok Terezo. Bom, como eu ia dizendo, gostaria de começar a entrevista perguntando sobre seu polêmico projeto científico "Mamute congelado para a posteridade", sei que é um assunto delicado...
- Delicado o cacete meu chapa, é assunto vigoroso, coisa de macho. Sabe cara, o projeto Mamute está à frente do seu tempo, é o seguinte, eu defendo que nós temos um patrimônio a ser zelado, temos que defender o que é nosso, o que nos define, então eu pensei em congelar os caras, entende, para que eles sejam descongelados daqui a 100 ou 200 anos, sabe bicho, para essa coisa não acabar nunca, essa coisa que só a ética faz, que é bacana.
- Mas, o senhor poderia especificar melhor pro nosso leitor quem seria congelado.
- Sabe bicho, quem se ligou nos assuntos científicos dos últimos anos conhece o projeto Mamute, me enche o saco ter que falar disso mais uma vez, mas como sua cara me inspira pena, eu falo sim. O projeto Mamute visa congelar grandes personalidades políticas, pessoas destras no trato da coisa pública, gente hábil saca bicho, tipo José Sarney, Paulo Maluf, Renan Calheiros, Fernandinhho, aquele do Castelo, o Heráclito, entende malandro, esses personas que enfim constroem a pátria, cara, só de pensar que esse pessoal vai pra caixa prego eu desanimo. Eles tem que ser congelados para o futuro, não podemos privar as novas gerações da convivência desses gigantes, entende muleque? Então o projeto Mamute é isso, baseado numa premissa ética-humana, preservar nossa essência por meio do congelamento de gente real, de carne osso e máteria espiritual também. Ah, só de pensar nisso ! Que projeto! Congelar, congelar para que nosso bom humor não pereça.
-Claro, todos nós do Insophismavel Ephemeride, e o leitor também, acreditamos nesta idéia. Mas Terezo, como ficou a questão do congelamento do ACM?
- Ah sim, meu brother Toninho, tentamos um primeiro congelamente, mas o processo barrou na burocracia, porque tenho certeza que se dependesse do congresso o projeto passaria, sabe cabritinho, tem sempre gente jogando merda no ventilador, aqueles do contra, gente cega que atrapalha, mas nós vamos continuar lutando, e quando em breve o projeto for implementado, temos a proposta de exumar o ACM para congelar o que restou dessa nobre figura.
(neste instante, Terezo começa a direcionar piscadelas para o entrevistador, que dissimula)
- Terezo, mudando um pouco de assunto, vamos falar agora de seus dotes literários. Como todos sabem, você é o grande recordista de medalhas das Olimpíadas Literárias do Estado de Tocantis (OLET's) com o soma incrível de 16 medalhas. Se me permite falar suas conquistas...
- Fica a vontade cabrito. (um risinho insinuante e silencioso toma-lhe o canto direito da boca)
- São 11 medalhas de ouro, nas seguintes provas: parágrafo tripo, parágrafo em extensão, parágrafo com varas, e parágrafo com barreiras; alenxandrinos com barreitas, alenxandrinos livres, revezamento de alexandrinos 4x100; arremesso de quartetos; maratona de rimas pobres; oração subordina subjuntiva em extensão e oração subordinada subjuntiva rasa.
4 medalhas de prata: soneto em dupla com rimas ricas, soneto individual livre no solo; períodos olímpicos com a palavra oximoro; e cujos ornamentais.
1 medalha de bronze: arcaísmos peso médio ligeiro.
(a entrevista continua na próxima semana porque eu tenho que pegar o ônibus)